quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Segundo o texto de Rebecca S. há um paradoxo da encarnação quando falamos sobre a incontinência. De um lado, a tradição cristã que concebia o corpo como carne fraca, lugar de pecado e do bem-estar moral. No caso, as mulheres mudam de transgressam inocente à imoralidade adulta intencional e aderem à legitimidade da perda de participação social como uma consequência. De outro lado, pesquisas sobre a incontinência urinária afirmam que se fosse um problema com a bexiga, iriam trata-lo de maneira diferente. Pensariam que seria uma falha, mas se você não pode controlar a bexiga, quanto controle você tem sobre o resto de sua vida? (Dawn, [o entrevistado] in: STONE, R.). Assim as mulheres associam a incontinencia à falta de controle físico e social e a voluntariedade.    

Então Suzam Bordo afirma como os corpos são lidos em nossa cultura: a magreza representa um triunfo da vontade sobre o corpo, e o corpo magro está associado a pureza absoluta, hiperintelectualidade e a transcendência da carne. Por outro lado, a gordura está associada a mácula da matéria e da carne, a libertinagem, ao estupor e decadência mental e a uma vontade fraca. 

    Se o corpo incontinente é lido como sendo realmente intencional, ou como na maioria dos casos, instável, é sempre associado a algum tipo de degradação moral ou marginalidade. Cf. STONE, Rebecca Rozelle-. Thes Reading the Incontinent Body (tradução livre). 

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