Há algum tempo tenho esse blog e nunca sei muito bem o que postar. Há alguns dias senti a necessidade de falar sobre o ser mulher, ser mãe, ser profissional, sobre questões existenciais-cotidianas. Espero ter a coragem e a ousadia para apresentar as dificuldades e as alegrias que encontramos. Dificuldades essas que nos fortalecem. Sem muita pretensão ou obrigação desejo registrar algumas histórias cotidianas. A parte profissional deixarei para outros blogs que criamos.
quarta-feira, 29 de abril de 2020
terça-feira, 14 de abril de 2020
HOJE RESOLVI POSTAR ESTE TEXTO QUE ENCONTREI.
QUANDO MOREI EM LYON EU ESTUDAVA FRANCÊS EM UMA ESCOLA DE VOLUNTÁRIOS CHAMADA CPU
(regroupe des bénévoles de diverses professions. D’initiative catholique, il est ouvert à tous les étudiants des Universités de Lyon, quelle que soit leur appartenance philosophique ou religieuse. Nous cherchons un enrichissement mutuel entre bénévoles et étudiants par une écoute, un dialogue et une attention à l'autre)
(regroupe des bénévoles de diverses professions. D’initiative catholique, il est ouvert à tous les étudiants des Universités de Lyon, quelle que soit leur appartenance philosophique ou religieuse. Nous cherchons un enrichissement mutuel entre bénévoles et étudiants par une écoute, un dialogue et une attention à l'autre)
No tempo que estudei, umas das professoras queria um testemunho para o jornal da escola. Pediu que eu escrevesse, assim o fiz. Não encontrei mais o original, ou seja, o jornal mesmo. Por enquanto posto este texto, interessante a lembrança e o que suscitou na professora naquele momento. Ela se perguntava porque eu fazia Teologia... e ficou ainda mais intrigada com as atitudes do Papa Francisco, recém feito Papa.
Une brésilienne à Lyon
Andréia était designer d’intérieur à Campo Largo,
dans la province de Paraná, Sud du Brésil.
Lors de rencontres chez les Sœurs de St André,
elle découvre la spiritualité ignacienne que l’impulse vers le une plus grande rencontre avec le Christ, qui m'a amené à découvrir leMAGIS (mot de Saint Ignacio de Lyola)
dans ma vie. Elle
décide alors de suivre des cours de théologie pendant 3 ans à Curitiba.
Elle accepte alors de partir 2 ans à 1000 kms
de là, à l’Université Jésuite de Belo Horizonte afin de présenter son Master
basé sur Une lecture l’éthique- théologique de la sexualité selon le livre de Xavier Lacroix (professeur à l’Université
Catholique de Lyon) « le corps des chairs ».
Puis elle part à Rio de Janeiro pour son
doctorat tout en donnant des cours de culture religieuse à l’Université
Catholique de Curitiba. Commence alors une navette régulière de 1000 kms entre
ces deux villes.
Elle s’intéresse à la philosophe française
Simone Weil sur les conseils d’un de ses professeurs, Clodovis Boff. Elle
choisit comme thème de son doctorat : « christianisme et
corporalité : mystique et éthique chez Simone Weil ».
C’est ainsi qu’Andréia arrive à Lyon, début
2013, au cours de sa 3ème année de doctorat pour travailler sur les
références bibliographiques de cette philosophe et rencontrer le spécialiste
Emmanuel Gabellieri qui donne des cours à l’Université Catholique de Lyon.
Pour Simone Weil, la philosophie n’existe pas
seulement dans le monde des idées, mais aussi elle doit venir en aide aux plus
démunis. Le
fait d’attendre sa rencontre avec Dieu lui permet de se défaire de soi et, elle
se solidarise en sa chair avec « les douleurs de l’humanité », aussi
comme Jésus, qui a donné son corps pour tout le monde et pour chacun.
quarta-feira, 8 de abril de 2020
Reflexões sobre a Páscoa em
tempos de confinamento em família:
Neste ano, para os cristãos,
vive-se literalmente a quaresma, um pouco obrigados pelo desafio que o tempo de
isolamento apresenta como quarentena. Interessante que temos uma oportunidade
única de parar, refletir interiorizar e transformar esse tempo de reclusão em
imersão interior. Assim vamos ressignificando o tempo do sofrer com o Cristo suas
dores, suas angústias, o abandono etc. É a isso que somos convidados na Páscoa.
Seu significado vem da palavra Pessach,
passagem. Mas passagem do quê para quê? Passagem da morte para a vida. Nesse
momento em que a morte nos é tão próxima, pois a vemos no rosto de tantas
pessoas, temos oportunidade de olhar para a vida na sua fragilidade, na sua
vulnerabilidade, contudo como dom de Deus. Assim nos recriamos, nos
reinventamos e, em meio às mazelas da sociedade, em meio as ameaças de morte somos
chamados a construir a vida. Repito, temos a oportunidade única de rever nossos
valores e focar no essencial da vida. Tempo de transformar o egoísmo em
solidariedade, os chocolates em ações, a solidão em vivência familiar, tempos
ociosos em reflexões, meditações, orações. Em meio a dor e ao sofrimento,
vivendo as mesmas coisas que Cristo viveu, podemos nos reinventar. A superação
da morte para a vida também passa pelas inseguranças e medo. Cristo nos mostra
isso quando perguntou, no momento de sua morte: “Pai por que me abandonaste?” (Mt
27, 46). Mesmo assim, sentindo-se abandonado não deixou que seu medo O vencesse
e respondeu com um grande grito: “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito” (Lc
23, 46). Entregou-se na confiança do plano do Pai, a ressurreição, a vida nova
no AMOR!
Vivemos sim momento de muita
desesperança, mas a Páscoa é realmente um momento de dar-se conta dos valores
essenciais e vivê-los em família, momento de partilha, de solidariedade, de
ultrapassar limites, olhar o outro na sua essência, a partir do olhar para
Jesus, abrir as fagulhas de esperança que ainda existe em nós e transformá-las
em vida nova, em ressurreição na esperança de que tudo passará.
A partir dessa breve
reflexão sugerimos alguns valores atrelados aos acontecimentos da vida de Jesus
para discutir em família, principalmente com as crianças. Ao promover o debate
em casa, permite-nos dialogar e ouvir as crianças, pois elas têm muito a nos
dizer:
1. Reconhecer no outro sua verdadeira essência: Conversar com as
crianças sobre o Domingo de Ramos, por exemplo, sobre a entrada de Jesus em
Jerusalém. Uma exercício para abrir a discussão pode ser a de colocar os Ramos
na porta de casa. Essa ação poderá contribuir com a reflexão sobre quem é o ser
humano na sua essencial, ou seja, Jesus é aclamado Rei pelo povo, reconhecem
nele aquele que vem devolver a sua dignidade. Pode-se conversar ainda sobre o
poder político e poder religioso. Contribui para olhar Aquele que vem e que será
o Rei servidor.
2. Caridade e o amor ao próximo: Perguntar a criança sobre o que ela
entende pelo lava-pés, fazer uma simulação, assistir uma celebração, da
quinta-feira santa levará a discussão sobre a caridade, solidariedade e
serviço. Pois este tema contribui para ampliarmos a visão de um Reino que serve
as pessoas. Que está atento a tudo aquilo que elas precisam. “Derramou água numa bacia, pôs-se a lavar os
pés dos discípulos e enxugava-os com a toalha que trazia à cintura” (Jo
13,5). Jesus oferece outra perspectiva de vida. Chama a desinstalar-nos e a
olharmos além de nossa vida, um ponto de vista novo. Deixa transparecer que
qualquer pretensão de superioridade ou domínio revela-se como falsa, não se
sustenta. Lavar os pés é colocar-se junto com o outro, em pé de igualdade.
3. Coragem, perseverança e resiliência: Olhar a morte de Jesus é
difícil para qualquer pessoa. Contudo é importante conversar sobre a morte,
sobre as dificuldades que se enfrenta nos caminhos da vida. Apresentar às
crianças essa parte da vida de Jesus, ajudará a perceber que a vida humana é
frágil, vulnerável e que é necessário cuidar-se, respeitar o outro e
principalmente, nesses momentos de dor e morte, sermos perseverantes, termos
coragem para enfrentá-la. Uma sugestão pode ser confeccionar cruzes pequenas de
material reciclado, explicando-lhes o significado antes e depois do
cristianismo. Essa atividade pode conduzir à reflexão do tema. Explicar ainda
que é necessário “matar” dentro de nós algumas coisas que nos impedem de viver
melhor a nossa vida, como por exemplo, os preconceitos, a falta de sonhos e deixar
que isso tudo renasça em nós. Quando os
sonhos acabam, pode-se acabar também a vida. Assim não seremos mais
indiferentes aos acontecimentos difíceis da vida, aprenderemos a transformá-los
em esperança.
5. Esperança e interiorização: O sábado santo nos traz essa sensação
de vazio, contudo é uma grande oportunidade de apresentarmos o valor do
silêncio e da interiorização para as crianças. Com a morte de Cristo o grande
vazio que se fez estava 'grávido' de esperança e de paz. Conversar sobre o Jesus
ausente, os discípulos escondidos e cheios de medo e a dor da mãe, significa
falar dos nossos sentimentos, da nossa humanidade, da falta de esperança que
temos muitas vezes. Podemos fazer momentos de silêncio com as crianças e pedir
o que sentem, o que ouvem e conversar sobre isso. Criar um espaço com velas,
poucas luzes, que traga paz, deixar que elas organizem o espaço. Sugerir que
caminhem com Jesus e conversem com ele sobre suas dificuldades e que deixem que
Ele as conforte. Este silêncio não é de morte, mas sim de vida que pulsa dentro
de cada um, pois Jesus ressuscitará, é tempo de acreditar.
5. Fazer algo novo: inspirados na ressurreição de Jesus provoque a
criança sobre a vida, apresente a ressurreição como algo totalmente novo, que
traz vida nova. Sobre a maneira de viver de Jesus que foi além dos esquemas e
padrões que nos são apresentados e nos escravizam, pois o Mistério Pascal é o
salto para a novidade, para a beleza, para a transcendência. Passamos da morte,
do silêncio vazio para a vida verdadeira, em Cristo, que nos faz descobrir a
essência do ser humano. Como tirar dessa situação de dificuldade e resiliência
algo bom, algo que nos traga esperança e amor, pois na ressurreição a vida se
impõe e desperta a fascinação, portadores de uma vida inesgotável o ser humano
vive para mergulhar em algo novo e melhor, em si mesmo e romper a casca para
que a vida se expanda em doação.
Andreia Cristina Serrato
Citado alguns pontos do texto no site:
https://www.semprefamilia.com.br/educacao-dos-filhos/valores-para-ensinar-filhos-pascoa/
Páscoa em família
5 valores para você ensinar a seus filhos nesta PáscoaNa celebração da Páscoa, não deixe de transmitir aos pequenos os bons valores que esta data pode suscitar em cada um de nós
Por Lorena Lafraia
Todo ano é a mesma coisa. O carnaval mal termina e, antes mesmo de pensarmos que dentro de algumas semanas celebraremos a Páscoa, os supermercados já estão repletos de irresistíveis ovos de chocolate – cada vez mais caros, por sinal – pendurados pelos corredores.
Tudo bem, sabemos que os ovos simbolizam nascimento e vida, o que tem tudo a ver com a Páscoa, festa da ressurreição de Jesus Cristo. Acontece que essa e outras mensagens sobre o real significado dessa data ficam praticamente invisíveis em meio a uma maioria esmagadora de mensagens consumistas. Logo, é muito fácil desviarmos nossos olhares e, principalmente, nossos corações daquilo que é o verdadeiro sentido desta grande festa da Páscoa.
E para as crianças isso não é diferente. Assim como tudo em seu processo de aprendizagem, a criança só compreenderá os valores da Páscoa se os pais falarem sobre eles e, acima de tudo, demonstrarem, pelo exemplo, que acreditam nisso. Então, compre sim chocolates (quem não gosta?), mas não deixe de transmitir aos pequenos os bons valores que esta celebração pode suscitar em cada um de nós e, consequentemente, nos tornar pessoas melhores:
1. Fé
O primeiro passo é explicar às crianças por que celebramos a Páscoa. De acordo com Andreia Cristina Serrato, professora de teologia da PUCPR, Páscoa vem da palavra Pessach, que significa passagem. “Mas passagem do quê para quê? Passagem da morte para a vida”, explica.
Então, conte a história de Jesus Cristo a seu filho e explique que ele foi um homem que veio ao mundo para nos ensinar a amar. Os milagres que ele realizou e a sua ressureição, três dias após sua morte, nos ensinam a cultivar a fé, essa força interior que nos faz acreditar em algo que seria inacreditável. Como pode alguém morrer e voltar a viver?
Para os pequenos, essa relação pode ser um pouco complicada de ser compreendida. Por isso, você pode associar a fé àquilo que seu filho não pode ver, mas consegue sentir, como o vento, por exemplo. Quando estamos desanimados ou passamos por momentos difíceis, é a fé de que nada é impossível que nos dá força para perseverar.
2. Esperança e interiorização
Na sexta-feira santa, os cristãos lembram a morte de Cristo na cruz. Por isso, as horas que antecedem o domingo da ressurreição trazem uma sensação de vazio, afinal, Jesus está morto. “É uma grande oportunidade de apresentarmos o valor do silêncio e da interiorização para as crianças. Com a morte de Cristo, o grande vazio que se fez estava ‘grávido’ de esperança e de paz”, explica Andreia.
“Conversar sobre o Jesus ausente, os discípulos escondidos e cheios de medo e a dor da mãe, Maria, significa falar dos nossos sentimentos, da nossa humanidade, da falta de esperança que temos muitas vezes”, afirma a professora, que sugere fazer momentos de silêncio com as crianças e perguntar o que sentem, o que ouvem e conversar sobre isso.
Para isso, você pode criar junto com as crianças um espaço com algumas velas e deixar que elas mesmas organizem um ambiente que lhes traga paz. “Este silêncio não é de morte, mas sim de vida que pulsa dentro de cada um, pois Jesus ressuscitará, é tempo de acreditar”, diz Andreia.
3. Caridade e amor ao próximo
“A Páscoa pode ensinar a todos, independentemente da opção religiosa, que o verdadeiro sentido da vida se encontra no ensinamento e no exemplo de vida de Jesus Cristo: ‘amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei’ (Jo 15, 12)”, afirma Frei João Mannes, professor e presidente do Grupo Educacional Bom Jesus.
Para o professor, é importante que as crianças conheçam essa mensagem de caridade, tão fundamental para a humanidade. E uma das maneiras de fazer isso é através de ações voluntárias. Acreditando que é pelo exemplo que as crianças aprendem as virtudes, neste mês de abril, uma pastoral do Grupo Educacional levou “afeto e atenção para centenas de pessoas atendidas por instituições beneficentes, doando caixas de chocolate para crianças, adultos e idosos”, conta Mannes.
A passagem em que Jesus lava os pés dos discípulos também contribui nessa reflexão. Segundo Andreia, simular esse ato tão bonito com as crianças pode levar a um diálogo interessante sobre caridade, solidariedade e serviço. “Lavar os pés é colocar-se junto com o outro, em pé de igualdade”, explica.
4. Coragem, perseverança e resiliência
“Olhar a morte de Jesus é difícil para qualquer pessoa. Contudo é importante conversar sobre a morte, sobre as dificuldades que se enfrenta nos caminhos da vida”, diz Andreia. Por isso, ela sugere apresentar às crianças essa parte da vida de Jesus. Isso ajudará os pequenos a perceberem que “a vida humana é frágil, vulnerável e que é necessário cuidar-se, respeitar o outro e principalmente, ter perseverança e coragem nos momentos difíceis”.
Para ajudar na reflexão do tema, confeccione junto com as crianças pequenas cruzes de material reciclado e explique o significado da cruz antes e depois do cristianismo. Jesus transformou a morte em vida, a tristeza em alegria. É uma boa oportunidade para os pais explicarem que também “é necessário ‘matar’ dentro de nós algumas coisas que nos impedem de viver melhor a nossa vida, como por exemplo, os preconceitos e a falta de sonhos, deixando que isso tudo renasça em nós”, sugere a professora. “Assim não seremos mais indiferentes aos acontecimentos difíceis da vida, aprenderemos a transformá-los em esperança”.
5. Abertura a uma vida nova
Para Frei Mannes, com sua ressurreição, Jesus nos mostrou que a morte não é o fim de tudo. “Ou seja, quem vive e morre com Jesus Cristo na cruz, com Ele também ressuscita para uma nova vida. Nesse sentido, a Páscoa é para nós um momento de inspiração”, afirma.
Então, ajude a criança a refletir sobre o valor e a importância da vida. Apresente a ressurreição como algo totalmente novo e que nos traz uma vida nova, sugere Andreia. Faça a criança perceber a diferença entre o clima da sexta-feira, de silêncio e interiorização, e o clima do domingo, de ressureição e festa. Os costumes pascais podem ajudar muito com isso: o momento de partilha da ceia no sábado à noite e a alegria ao encontrar os ovos de chocolate no domingo pela manhã. Para isso, é importante que os pais evitem discussões, nervosismo e não deixem que a correria dos preparativos ofusquem a alegria da festa.
Apresentar essa mudança de clima faz com que a criança perceba a diferença entre a vida velha, da sexta, e a vida nova, no domingo. A morte simboliza a dificuldade que, muitas vezes, temos em aceitar essa mudança. Então, cria-se o terreno perfeito para uma conversa sobre como é importante sermos abertos às boas mudanças que a vida nos apresenta. “A Páscoa é o salto para a novidade, para a beleza, para a transcendência”, afirma a professora. Também é o momento perfeito para ensinar que nem toda a mudança é bem-vinda, mas aquelas que nos tornam pessoas melhores são excelentes e devem ser buscadas e bem aceitas.
Para baixar
Preparamos um conteúdo especial que você pode baixar para presentear sua família, ensinar as crianças sobre os valores desta data tão significativa e até mesmo enfeitar a mesa no almoço de domingo de Páscoa. Clique e faça o download:
- Cartão de Páscoa para presentear quem você ama
- Tags com os valores da Páscoa para ensinar as crianças
- Stickers de Páscoa para decorar a casa"
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Citado alguns pontos do texto no site:
https://www.semprefamilia.com.br/educacao-dos-filhos/valores-para-ensinar-filhos-pascoa/
Páscoa em família
5 valores para você ensinar a seus filhos nesta PáscoaNa celebração da Páscoa, não deixe de transmitir aos pequenos os bons valores que esta data pode suscitar em cada um de nós
Por Lorena Lafraia
Todo ano é a mesma coisa. O carnaval mal termina e, antes mesmo de pensarmos que dentro de algumas semanas celebraremos a Páscoa, os supermercados já estão repletos de irresistíveis ovos de chocolate – cada vez mais caros, por sinal – pendurados pelos corredores.
Tudo bem, sabemos que os ovos simbolizam nascimento e vida, o que tem tudo a ver com a Páscoa, festa da ressurreição de Jesus Cristo. Acontece que essa e outras mensagens sobre o real significado dessa data ficam praticamente invisíveis em meio a uma maioria esmagadora de mensagens consumistas. Logo, é muito fácil desviarmos nossos olhares e, principalmente, nossos corações daquilo que é o verdadeiro sentido desta grande festa da Páscoa.
E para as crianças isso não é diferente. Assim como tudo em seu processo de aprendizagem, a criança só compreenderá os valores da Páscoa se os pais falarem sobre eles e, acima de tudo, demonstrarem, pelo exemplo, que acreditam nisso. Então, compre sim chocolates (quem não gosta?), mas não deixe de transmitir aos pequenos os bons valores que esta celebração pode suscitar em cada um de nós e, consequentemente, nos tornar pessoas melhores:
1. Fé
O primeiro passo é explicar às crianças por que celebramos a Páscoa. De acordo com Andreia Cristina Serrato, professora de teologia da PUCPR, Páscoa vem da palavra Pessach, que significa passagem. “Mas passagem do quê para quê? Passagem da morte para a vida”, explica.
Então, conte a história de Jesus Cristo a seu filho e explique que ele foi um homem que veio ao mundo para nos ensinar a amar. Os milagres que ele realizou e a sua ressureição, três dias após sua morte, nos ensinam a cultivar a fé, essa força interior que nos faz acreditar em algo que seria inacreditável. Como pode alguém morrer e voltar a viver?
Para os pequenos, essa relação pode ser um pouco complicada de ser compreendida. Por isso, você pode associar a fé àquilo que seu filho não pode ver, mas consegue sentir, como o vento, por exemplo. Quando estamos desanimados ou passamos por momentos difíceis, é a fé de que nada é impossível que nos dá força para perseverar.
2. Esperança e interiorização
Na sexta-feira santa, os cristãos lembram a morte de Cristo na cruz. Por isso, as horas que antecedem o domingo da ressurreição trazem uma sensação de vazio, afinal, Jesus está morto. “É uma grande oportunidade de apresentarmos o valor do silêncio e da interiorização para as crianças. Com a morte de Cristo, o grande vazio que se fez estava ‘grávido’ de esperança e de paz”, explica Andreia.
“Conversar sobre o Jesus ausente, os discípulos escondidos e cheios de medo e a dor da mãe, Maria, significa falar dos nossos sentimentos, da nossa humanidade, da falta de esperança que temos muitas vezes”, afirma a professora, que sugere fazer momentos de silêncio com as crianças e perguntar o que sentem, o que ouvem e conversar sobre isso.
Para isso, você pode criar junto com as crianças um espaço com algumas velas e deixar que elas mesmas organizem um ambiente que lhes traga paz. “Este silêncio não é de morte, mas sim de vida que pulsa dentro de cada um, pois Jesus ressuscitará, é tempo de acreditar”, diz Andreia.
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“A Páscoa pode ensinar a todos, independentemente da opção religiosa, que o verdadeiro sentido da vida se encontra no ensinamento e no exemplo de vida de Jesus Cristo: ‘amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei’ (Jo 15, 12)”, afirma Frei João Mannes, professor e presidente do Grupo Educacional Bom Jesus.
Para o professor, é importante que as crianças conheçam essa mensagem de caridade, tão fundamental para a humanidade. E uma das maneiras de fazer isso é através de ações voluntárias. Acreditando que é pelo exemplo que as crianças aprendem as virtudes, neste mês de abril, uma pastoral do Grupo Educacional levou “afeto e atenção para centenas de pessoas atendidas por instituições beneficentes, doando caixas de chocolate para crianças, adultos e idosos”, conta Mannes.
A passagem em que Jesus lava os pés dos discípulos também contribui nessa reflexão. Segundo Andreia, simular esse ato tão bonito com as crianças pode levar a um diálogo interessante sobre caridade, solidariedade e serviço. “Lavar os pés é colocar-se junto com o outro, em pé de igualdade”, explica.
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“Olhar a morte de Jesus é difícil para qualquer pessoa. Contudo é importante conversar sobre a morte, sobre as dificuldades que se enfrenta nos caminhos da vida”, diz Andreia. Por isso, ela sugere apresentar às crianças essa parte da vida de Jesus. Isso ajudará os pequenos a perceberem que “a vida humana é frágil, vulnerável e que é necessário cuidar-se, respeitar o outro e principalmente, ter perseverança e coragem nos momentos difíceis”.
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5. Abertura a uma vida nova
Para Frei Mannes, com sua ressurreição, Jesus nos mostrou que a morte não é o fim de tudo. “Ou seja, quem vive e morre com Jesus Cristo na cruz, com Ele também ressuscita para uma nova vida. Nesse sentido, a Páscoa é para nós um momento de inspiração”, afirma.
Então, ajude a criança a refletir sobre o valor e a importância da vida. Apresente a ressurreição como algo totalmente novo e que nos traz uma vida nova, sugere Andreia. Faça a criança perceber a diferença entre o clima da sexta-feira, de silêncio e interiorização, e o clima do domingo, de ressureição e festa. Os costumes pascais podem ajudar muito com isso: o momento de partilha da ceia no sábado à noite e a alegria ao encontrar os ovos de chocolate no domingo pela manhã. Para isso, é importante que os pais evitem discussões, nervosismo e não deixem que a correria dos preparativos ofusquem a alegria da festa.
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