quinta-feira, 21 de março de 2019

“Eles pensaram que eu era uma surrealista, mas eu não era. Eu nunca pintei sonhos. Eu pintei minha própria realidade.”

– Frida Kahlo, citado em Time Magazine, “Mexican Autobiography”. 27 de Abril de 1953
Frida Kahlo fotografado por Gisele Freund
“Frida Kahlo demorou a ser reconhecida como grande artista, obscurecida que foi pelo brilho dos muralistas mexicanos, um deles seu marido Diego Rivera.
Movimento artístico original e inovador, nascido da Revolução Mexicana, o muralismo deu a nota nos anos de 20 e 30. De inspiração política, devotou-se a realizar uma arte para o povo, a ser exibida permanentemente em lugares públicos. Cobriram-se as paredes de escolas, palácios, ministérios, igrejas, pátios, etc., com painéis gigantescos versando os afazeres do povo, as lutas contra a opressão dos poderosos, o passado e o presente indígenas. Além de falar ao povo, era uma arte que retratava o povo. Seus nomes centrais foram Rivera, Orozco e Siqueiros: influenciaram o mundo inteiro, aliás influenciam até hoje. Quanto a nós, tivemos em Portinari nosso principal muralista. Esses pintores foram marcados não só pelo realismo socialista e pela arte soviética, mas também pelas vanguardas europeias, como o cubismo e o surrealismo.
A fama dos muralistas mexicanos logo ultrapassaria fronteiras. Foi assim que um amador de arte norte-americano, Nelson Rockfeller, veio a encomendar a Diego Rivera um mural destinado ao Rockfeller Center, em Nova York, então em construção. Mas o resultado desagradou ao mecenas, que o mandou destruir – crime de lesa-patrimônio-da-humanidade que até hoje escandaliza. Além de exaltar os operários e não os patrões, o painel tinha como eixo a efígie de Lenin.”
– Walnice Nogueira Galvão

Diego Rivera e Frida Kahlo – Gisele Freund/Photographs

A icônica Frida Kahlo pode ser vista em diversas fotografias, no entanto, algumas delas só vieram a público recentemente. Durante uma viagem de algumas semanas para o México (que acabou se estendendo por dois anos), o renomado fotógrafo alemão Gisele Freundparticipou do dia-a-dia de Frida e Diego Rivera, captando momentos íntimos do dia-a-dia do casal e da cultura mexicana.
Conhecido por ser um dos melhores fotógrafos de retratos da história, Freund guardou diversas dessas imagens, em que Frida aparece passeando pelo jardim, pintando ou brincando com seus cachorros. As mais de 100 fotografias fazem parte do livro Frida Kahlo: The Gisele Freund Photographs, {Lorraine Audric – epílogo, Gisele Freund – fotógrafo}. Editora: Harry N. Abrams, 2015.

Gisele Freund e Frida Kahlo – Gisele Freund/Photographs
Frida Kahlo – Gisele Freund/Photographs
Frida Kahlo – Gisele Freund/Photographs
Frida Kahlo – Gisele Freund/Photographs
Frida Kahlo – Gisele Freund/Photographs
Frida Kahlo – Gisele Freund/Photographs



Frida Kahlo – Gisele Freund/Photographs

“Frida foi uma mulher atípica à procura de sua própria identidade; uma mulher passional, independente e forte que viveu de acordo com seus próprios princípios. Ela representa a liberdade de ser única”
– Teresa Arcq (Curadora)

Frida Kahlo – Gisele Freund/Photographs
Frida Kahlo – Gisele Freund/Photographs
Frida Kahlo – Gisele Freund/Photographs

“Frida é uma artista fundamental na arte moderna, que transita por uma área com poucos correspondentes no Brasil: o surrealismo” 
– Paulo Miyada, curador do Tomie Ohtake.

Frida Kahlo – Gisele Freund/Photographs
Frida Kahlo – Gisele Freund/Photographs

terça-feira, 5 de março de 2019

QUESTÕES EXISTENCIAIS (PESSOAIS)


21/09
Dia normal por aqui, acordei as 7h, leitura de tese, fazer café, acordar Filipe para aula. Estava dormindo tão profundamente que nao tive coragem de acordá-lo mais cedo... Terminou a aula e eu dando aulas... logo aproveitou e ficou assistindo you tube. E aí uma luta para parar, vir comer, sai do computador e vai para a TV... só sai sob ameaças... pois hoje não é dia de jogar... almoçamos e a louçá ficou para ele lavar, mas disse que só faria a noite. POr mim tudo bem. Aproveitei a hora do almoço para arrumar a cama, lavar umas roupas, pois ele sujou o pijama... o único mais quentinho. Chegou a hora da aula e das aminhas atividades. Eu no telefone, levando bronca pq o atrapalhava em suas aulas... tive que sair da sala. Aí me dei conta que a aula dele iniciava às 13h30 hoje. PErdeu a aula de Ingles. Isso aconteceu nas ultimas 3 segundas-feiras... Ou cuido dos meus horários ou dos dele.... algum sempre passa... TErminada a aula negociou para mudar o dia de jogar.... trocamos a quarta-feira por hoje, achei melhor pq quarta é dia de avaliação, daí termina rápido para jogar. Jantamos e ele foi lavar a louça, não sem brincar, lavar a cozinha toda... quebrou um copo... mas tudo bem, por nada deixei de incentivá-lo... hora da guerra de travesseiros... ele amaaaaa. Vamos lá... rimos muito. Agora ele vai assistir um filme e eu, ler mais um pouco. PAra variar me perdi... ele acabou de deitar, foi ler, super tarde... e agora lá vou eu... 
Antes fiquei refletindo que alguns dias desses ouvi de uma aluna que eu havia perdido a "luz"... e o pior que de fato, acho que perdi a "luz". Não sei se eu sei muito bem o que é isso... mas é algo que nos anima, nos deixa em paz, ... Seja lá o que eu tenha perdido, sinto que a estou recuperando... parece que aquela vivacidade que brota em mim, está viva novamente... 

18/09/2020
fiz algumas reflexões hoje, dentre elas, o quanto as dificuldades que encontro pelo cominho em relação a saúde fazem sentir meu corpo encarnado no mundo. Faz com que eu perceba meus limites, minhas enxaquecas, por exemplo, minha coluna... não fosse isso... talvez não pudesse experimentar minha corporeidade ou minha corporalidade... hoje refleti que preciso de um vaio, não explica qual vazio é este, mas um que me nao precisa ser preenchido, que preciso alimentá-lo para que ele exista para me lembrar que sou criatura e tenho limites... lembrei de Frida Khalo: "para que quero pés se posso voar"...
Ao mesmo tempo, hoje, me vejo em algumas funções que exerço como que presa em uma gaiola com asas para voar... ao menos tomei consciência disso, tenho certeza de que tenho asas... agora preciso voar... E o poema abaixo expressa o que sinto hoje: 

Jorge Luís Borges

                      VALGO

"De tanto perder, aprendí a ganar; de tanto llorar, se me dibujó la sonrisa que tengo. Conozco tanto el piso que sólo miro el cielo. Toqué tantas veces fondo que, cada vez que bajo, ya sé que mañana subiré. Me asombro tanto cómo es el ser humano, que aprendí a ser yo mismo. Tuve que sentir la soledad para aprender a estar conmigo mismo y saber que soy buena compañía. Intenté ayudar tantas veces a los demás, que aprendí a esperar que me pidieran ayuda. Traté siempre que todo fuese perfecto y comprendí que realmente todo es tan imperfecto, como debe ser (incluyéndome). Hago sólo lo que debo, de la mejor forma que puedo, y los demás que hagan lo que quieran. Vi tantos perros correr sin sentido, que aprendí a ser tortuga y apreciar el recorrido. Aprendí que en esta vida nada es seguro, sólo la muerte… por eso disfruto el momento y lo que tengo. Aprendí que nadie me pertenece, y aprendí que estarán conmigo el tiempo que quieran y deban estar, y quien realmente está interesado en mí me lo hará saber a cada momento y contra lo que sea. Que la verdadera amistad sí existe, pero no es fácil encontrarla. Que quien te ama te lo demostrará siempre sin necesidad de que se lo pidas. Que ser fiel no es una obligación, sino un verdadero placer cuando el amor es el dueño de ti. Eso es vivir…La vida es bella con su ir y venir, con sus sabores y sinsabores… Aprendí a vivir y disfrutar cada detalle, aprendí de los errores pero no vivo pensando en ellos, pues siempre suelen ser un recuerdo amargo que te impide seguir adelante, pues, hay errores irremediables. Las heridas fuertes nunca se borran de tu corazón pero siempre hay alguien realmente  dispuesto a sanarlas, con la ayuda de Dios. Camina de la mano de Dios, todo mejora siempre. Y no te esfuerces demasiado, que las mejores cosas de la vida suceden cuando menos te las esperas. No las busques, ellas te buscan. Lo mejor está por venir.” 

        Jorge Luís Borges


22/05/2020
Hoje pensei em muitas coisas sobre palavras não ditas, não expressadas, quantas histórias teríamos para contar, mas elas ficam perdidas porque não dizemos, não contamos. Quantas lutas e desafios vencidos ou mesmo perdidos são enterrados em nossas mentes para sempre. Quando chego a isso tenho sempre a sensação que preciso escrever contar, infelizmente acredito, na maioria das vezes, que são histórias sem importância. Hoje decidi que a primeira coisa que faria seria escrever.
Sobre o quê? Confinamento... as dificuldades... as milhares e intermináveis atividades nunca terminadas, ao contrário, quanto mais realizadas, mais elas brotam. Final de semana é tempo de colocar em dia o que ficou, infelizmente, muito curto esse tempo, também não é suficiente. Inicia então a segunda-feira e não sei onde ficou o final de semana... Aí vem a cobrança do porque as atividades não foram terminadas, porque não ficou inteiramente com a família, não fez exercícios, não comeu saudavelmente, pouco deu tempo de molhas as minhas plantinhas etc... essas cobranças de são de uma unica pessoa... EU... a pior e mais dura cobrança, pois ela nunca acaba. 
Decidi que deveria ouvir Maria Bethania, essa voz sempre tem algo a nos dizer. Deparei-me com sua interpretação do poema Cântico Negro de José Regio (José Maria dos Reis Pereira)

Tive a sensação que era exatamente isso que eu deveria dizer a mim mesmo e para o mundo:




Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
Que eu viva com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe.
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vos respondeis,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapo, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para deflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
[...]
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!



31122019


Como expressar esse ano que passou... 2019 foi um ano de muitas surpresas. Eu estava certa de que tudo caminhava muito bem e, de repente, o médico disse: não está, precisa repetir a embolização... seu filho provavelmente tem câncer... isso tudo aconteceu em um mês... Rumos alterados, refazer caminhos e rever decisões e certezas. Ao longo de alguns meses tudo se encaminhou, realizei novamente minha embolização, Filipe nao tem câncer... Como "tirar o bom do ruim?" Essas situações fizeram com que eu voltasse meu olhar ainda mais para mim, minha família e meu filho... Tenho outro aneurisma, terei que cuidar, meu filho exigirá cuidados, seja com o hemangioma que tem no pescoço, seja com as altas habilidades que nos desinstala sempre, pois não sabemos lidar com isso, ainda.
Então, hoje, a partir de um banho de mar refliti meu ano de 2019... a ideia foi mergulhar para deixar ali todas as energias ruins do ano (simbolicamente) para iniciar um novo ano, novo mesmo, deixando para trás o que não foi bom. Interessante que eu nao conseguia mergulhar, minha desculpa era que as ondas vinham muito fortes... só entao fui me dando conta de que o medo me dominava... eu olhava para o mar e resistia em deixar muitas coisas para trás. Sairia do conforto de estar seca, entraria areia em minha roupa, meu cabelo e pele ressacariam, ficaria molhada... Isso tudo era mais importante a experimentaria o mar... eu resistia, até me dar conta novamente que minha demora em me lançar naquele oceano era porque eu me perderia nele. Nao me contive, mesmo insegura me lancei... no primeiro momento foi um delicioso mergulho, mas ao me levantar, nao percebi a próxima onda e fui derrubada por ela... perdi o rumo de onde estava, perdi-me no meio das ondas por alguns segundos, embora tudo parecesse perdido eu me levantei e percebi que experimentei, mesmo com a pele e cabelo ressecados e areia pelo corpo, eu mergulhei e experimentei o mar naquele momento. Fui percebendo que neste ano de 2019 os mergulhos foram muitos, as surpresas também, porém a liberdade e a coragem que eles me deram foram maiores. Pois agora sei do que sou capaz, agora eu conheço (ou penso que conheço) um pouco do oceano que tanto me amedronta e, na fragilidade, na vulnerabilidade, na fraqueza, nas surpresas, ou seja, em nossa humanidade, somos aí fortes também.

Um 2020 ainda melhor, pois as surpresas nos tiram as certezas e na insegurança nos refazemos não mais a partir de nós mesmos.







15/12/2019

Mãe Teóloga

Olhei a foto e fiquei pensando no Filipe com a bola... Não pode ser apenas uma bola quando ele está vestido de rei mago... Olhei e pensei qual poderia ser o presente desses reis magos para Jesus Hoje. Por que não uma bola? Não é ouro, incenso ou mirra... Ressignificando esse presente pensei no que ela significaria...   A partilha, o coletivo, a ajuda mútua, a parceria, o lúdico, a amizade, a esperança de tantas crianças marginalizadas... É o Cristo nascendo, renascendo e sendo atualizado na vida de cada um/a.



13/12/2019

Hoje fiz meu exame de controle, a arteriografia, do aneurisma após 6 meses da embolização. Com isso fico 24h sem dobrar a perna e 3 dias sem esforço físico. Segundo o médico está tudo bem. Com o stent o aneurisma não existe mais... 🙏 olhando para trás, nesses 6 anos, foram 2 embolizações e 7 arteriografias... Em cada momento uma reflexão. Desta vez pensei novamente na fragilidade e efemeridade  da vida. Não tem jeito. Em um dia sou forte, basto-me a mim mesmo. No outro sou totalmente vulnerável, dependo dos médicos, dos remédios, das pessoas próximas para me ajudar a levantar, a comer, a ir ao banheiro... vestir a roupa... Contudo, na vulnerabilidade e na dor a confiança aumenta... e percebo que a força está somente Nele! Não me basto nem mesmo para minhas necessidades mais básicas... percebo ainda mais minha fragilidade na fortaleza do Senhor! E assim sigo na confiança! Pois tenho outro aneurisma para cuidar e acompanhar, virão ainda muitas arteriografias...  Descobri assim que minha vida é vivida dia a dia, hora a hora, minuto a minuto... segundo a segundo... A cada exame a certeza, ou quase, que por 1 ano estou livre. Assim vivo ano a ano... Que isso tudo me.faça sempre lembrar que meu centro não está em mim, mas sim em.Deus!

08/04/2019

FINITUDE, FRAGILIDADE, ...


Chegou, 25 de abril, dia de fazer nova embolização, a segunda, pois em 2014 realizei a primeira, agora para colocar o stent. Eu parecia muito tranquila, muito mais que o Paulinho (meu marido). Correu tudo muito bem. Classifico em esse tempo em três momentos: 1. UTI; 2. Recuperação; 3. Retorno. 

O tempo de UTI foi um momento muito interessante de internalizar, por um lado, toda minha fragilidade, vulnerabilidade e finitude, inclusive. E, de outro, toda força, serenidade e despojamento. Mesmo as necessidades mais básicas, não conseguia fazer sozinha, precisava de ajuda. Algumas vezes fui auxiliada por enfermeiras, outras, por enfermeiros. Eu estava bem, mas era lembrada o tempo todo que estava em Unidade Terapia Intensiva. Os sons, a movimentação, os equipamentos, a medicação, tudo isso não me deixava esquecer, durante 24 horas fiquei com a perna amarrada a cama para não mover. Para mim foi um completo despojamento, eu estive nas mãos de pessoas totalmente desconhecidas. Algumas dores, manchas roxas pelo corpo, já não aguentava mais ficar deitada...
Ainda no hospital, recebi a visita do FILIPE, lindo, mas quando ele me viu com todos os aparatos hospitalares, ficou bastante assustado... Chegou a perguntar se eu iria voltar para casa, se eu estava com muita dor... ele é muito sensível a tudo... 

As duas semanas de recuperação foi tempo para compreender minha vulnerabilidade e fragilidade. Os dias que se seguiram, sentia muito dor de cabeça e dificuldade com a visão. Enxergava tudo embaralhado. As manchas roxas continuavam pelo corpo e eu não aguentava mais as picadas eplo corpo, remédios (que continuarei tomando). Dor... cheguei a pensar que compreendo, agora Frida Khalo e Claudio Pastro. Os dois comentaram não aguentar mais as cirurgias... e olha que meu caso não passa nem perto da situação deles... mas cansa... 
Passados 5 dias da cirurgia, eu muito animada, imaginei que conseguiria ler alguns livros atrasados ou que colocaria em dia alguns dos artigos que não saem do papel... Ilusão... os olhos não me deixavam e a dor de cabeça me consumia... Fiquei muito aflita durante alguns dias. Comecei a dar-me conta do que poderia ter acontecido durante a cirurgia. E a pergunta era uma só " Será que fiquei com alguma sequela?" Fui dando-me conta de minha impotência, nada poderia fazer agora. O médico continuou afirmando que era normal. 

Assim decidi relaxar, dormir e comer... Recebi muitas mensagens, muito cuidado e carinho, maravilhoso. 

E o retorno? Lindo demais!!! Senti-me forte, em apenas duas semanas lá estava eu, voltando ao trabalho... 
Assim só agradeço a Deus, como diria Santo Inácio, procuro tirar o bom do ruim. Busco olhar para todo o processo e compreender que preciso melhor minha vida, minha qualidade de vida. Diante do 'mercado' sou mais um numero, mas diante de Deus, sou criatura amada por Ele! Chamada a viver esse amor. Estou aprendendo a filtrar muitas coisas e pessoas... 
A cada dia fica mais claro o apelo de Deus em meu retiro "!viver minha Nazaré", esse é o momento! 

Mostro abaixo como foi o retorno:

13/052019
VIDA, VIVA, VIDA...
Hoje, ao acordar, senti me inundada por uma enorme gratidão. Retorno as atividades depois de alguns dias em casa recuperando me da embolização de um aneurisma cerebral. A vida pulsa em mim ainda mais intensa! Mais consciente da fragilidade da vida saio fortalecida por tanto carinho, orações e cuidado que recebi. Ao chegar na PUCPR fui surpreendida por uma maravilhosa recepção d@s estudantes! Fiquei sem palavras... Não esperava, foi muita emoção. Juntos partilhamos, celebramos, cantamos a vida! E assim seguiu meu dia, recebendo esse carinho d@s amid@s e estudantes... AMO.
O interessante que foi a semana toda. Nas salas, via face, insta... colegas... 
MUITO OBRIGADA!
     

A imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo, comida  



26/02/2019
Nesse momento sinto reinventando-me e reconstruindo-me com o que a vida me oferece. O resultado do meu exame não foi o que eu esperava, uma alta para daqui a 5 anos apenas... Na verdade, nem sempre os resultados são como gostaríamos que fossem... Eu terei que refazer o procedimento, as "molinhas" estão se movimentando, assim tem a possibilidade de fazer outro aneurisma, mas isso a bem longo prazo, nada de perigo agora...  e também apareceu outro prontinho, do outro lado, formando um novo aneurisma,😡 mas tem apenas 1 mm🙏, só acompanhar... nada para me preocupar agora. Enfim, terei que ficar atenta o resto da vida, não estou livre como imaginava ficar. Com isso, como diria Santo Inacio, vamos tirar o bom do ruim...
Essas são as surpresas que a vida nos prega... em um dia qualquer vc recebe a notícia que tem um aneurisma. Está prestes a colocar no papel toda a pesquisa que realizou nos manuscritos da autora, na França, contudo sinto como momento de parada...

Então lembrei-me do texto que escrevi para a defesa de minha tese, texto que me deixou confortável para apresentá-la, deixo aqui, uma parte dele (texto escrito em nov de 2015):
Minha pesquisa caminhava muito bem aqui no Brasil, mesmo com algumas dificuldades iniciais entre a alegria de uma nova vida que chegaria unida a incerteza de quase perder o bebe. Mas logo realizei a primeira qualificação, recebi a bolsa Capes para a o doutorado sanduíche na França e partir. Foi só arrumar as malas e atravessar o oceano para o período de 6 meses entre Lyon e Paris.
Se aqui no Brasil estava sob a orientação de uma das maiores especialistas de Simone Weil, em Lyon recebi orientação mensal de outro dos maiores especialistas da autora, Emannuel Gabellieri, além de colocar-me em contato com outros pesquisadores da autora.
Neste tempo também tive acesso aos manuscritos da autora na Biblioteca Nacional de Paris. Senti a emoção que me marcou profundamente ao tocar com as minhas mãos os mesmos livros tocados pela filósofa.
Participei também do Congresso Europeu Sobre Simone Weil. Tive a oportunidade, em um seminário de doutorandos, de apresentar parte de minha pesquisa do doutorado para os grandes especialistas de Simone Weil como Robert Chenavier, Massimiliano Marianelli, Domenico Cancianni, Jane Doering. Os quais reagiram a apresentação, com interpelações e sugestões.
Regressei ao BR muito entusiasmada, com a ‘mala’ (da pesquisa) repleta. Era hora então de desfazê-la para distribuir tudo o que garimpei por lá. Contudo não tive muito tempo. Ao debruçar-me sobre os livros e a pesquisa de Simone Weil fui sendo interpelada em minha corporeidade dia a dia. Sofri assim como ela, tal foi a identificação... neste tempo, duros golpes de enxaqueca. Descobri então um aneurisma cerebral. Isso me fez tomar distância de minha tese por mais ou menos um ano. A mala ficou entreaberta... As vezes abria, olhava, mas foram momentos difíceis, “Senti o peso e a dor inscritos em minha corporeidade inserida no centro do mundo que não se apagarão jamais”. A incerteza era da vida. Escutei meu filho de dois anos perguntar-me se eu iria para o céu... 
Essa distancia da tese com certeza atingiria (respingaria em) algum lugar, e alguns pontos sairiam afetados, talvez o método foi um dos atingidos. Não conto este processo para encontrar desculpas ou para ser poupada, conto sim para apresentar, reconhecer e assumir os erros cometidos. Para então, a partir de vossas observações fazer as alterações necessárias.

26/03/2019
Partilha uma situação que nos fez voltar o olhar para nós, cada vez mais para nós. Ontem , na escola, saltou novamente as veias no pescoço do Filipe. A escola nos chamou, o Paulinho o levou no pediatra e ele disse que nunca tinha visto e que iria investigar... mas que poderia ser um problema vascular. O mesmo diagnostico que meu cunhado, Marcelo, sugeriu que poderia ser. Já tínhamos consultado uma cardiologista, o diagnóstico foi que era algo normal, pois a pele dele era clarinha...
Nessa espera, no dia 26/03 fomos ao pequeno Príncipe e uma médica (para mim, muito despreparada para atender as pessoas) disse que era algo muito sério e me acusou de não ter investigado antes, pois isso tinha cara de linfomas... pediu exames de sangue e ecografia. Enquanto aguardávamos  para fazer o exame de sangue ela aparece, a nossa procura, trazendo uma requisição de raio X, pois queria verificar se não estava espalhado pelo tórax... pode isso??? Inacreditável... nós ficamos das 9h as 2h no hospital, foram as horas mais longas da minha vida...
O resultado veio e tinha apenas uma inflamação nos linfonodos... ao receber a notícia dos exames de raios e eco me coloquei em prantos... ngm entendeu...
não acabou... Voltamos para casa e meu cunhado insistiu que deveríamos procurar um vascular... Fomos ao vascular, mas não era pediatra, nos disse que o problema não era vascular e para sairmos de todas as duvidas deveríamos consultar um oncopediatra...
Conseguimos consulta apenas para o final do mês, dia 24... Não estava aguentando essa espera...
Nesse meio tempo consultamos uma pediatra vascular, excelente médica, dr Ziliane... fez uma ótima consulta com alguns exames no consultório mm e constatou que tem um "defeitinho" vascular... provavelmente um desvio em uma das veias que, com muito esforço, pressiona e causa aquela aparência. Seria a síndrome do desfiladeiro toráxico. Se realmente for isso, faremos, na próxima semana alguns exames, fará acompanhamento e monitoramento. O caso seria de cirurgia, mas ela disse que não aconselha nem em adultos, só em último caso mm... ele precisa dilatar a veia... fazer natação por ora... E descartou qquer possibilidade de câncer... Mesmo assim, fomos ao Erasto Gaetner, já tinha consulta marcada. A médica confirmou que não tinha do que nos preocuparmos.E depois de uma longa consulta, ela constatou que realmente não tem nada!!! Não precisa se preocupar e o problema, segundo ela, é mm vascular... ele tem os linfonodos mais aparentes, mas tudo muito normal...
Fizemos os exames e a dra. Ziliane confirmou o desfiladeiro e pediu que consultássemos um cirurgião... o qual olhou o exame, o Filipe e disse que não é nada disso... que desgaste... não sei mais o que pensar... não sabemos mais o que fazer... na ´roxima semana fará novos exames... seguimos a busca...

05/03/2019
COMPLETEI HOJE 47 ANOS...

O que sinto? Uma liberdade muito grande... uma alegria e gratidão enorme das descobertas que faço diariamente, pois isso me obriga a me reconstruir eternamente... me percebo mais intolerante e sem paciência às mesquinharias da vida que temos que ouvir, muitas vezes, àquelas frases prontas que desejam dar a receita da felicidade... ah! NÃO DÁ... mas totalmente paciente e tolerante a uma discussão, mesmo com opiniões divergentes, que expressem o desejo de melhorar e construir um mundo melhor! Sou uma sonhadora sim, o que me move e me impulsa sempre para o MAGIS em minha vida!
Aos 47 anos, sinto imensa alegria e liberdade de aprender com a vida e, a partir das surpresas que ela oferece, poder me reinventar a cada dia. Sim, mais uma etapa a frente e descubro que sou forte em minhas fragilidades. Agradeço o dom e a alegria da viver!
"Viver e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz
Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será Mais isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita".

RECEBI UM TEXTO QUE EXPRESSA O QUE SINTO HOJE:

Andreia... e lá se foi mais um ano e, diante dos seus olhos, outros doze meses se apresentam como oportunidades e como desafios.
O aniversário costuma ressoar e ecoar diferentes tipos de sentimentos. Hoje é um bom dia para acolher todos estes sentimentos, sobretudo o sentimento-atitude da gratidão. Hoje é o melhor dia para abrir os braços e agradecer, esticar o coração a todos que amamos para agradecer, abrir os olhos para agradecer tudo o que foi vivido, visto e compreendidonestes últimos 365 dias.
Uno-me a todas as pessoas que te amam para te desejar cinco desejos, posturas, horizontes... a partir de autores queridos que nos convidam à reflexão:
1. Tenha FÉ EM DEUS E FÉ NA VIDA - “Não diga que a vitória está perdida. Tenha fé em Deus, tenha fé na vida. Tente outra vez!” (Raul Seixas); “Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça, é preciso ter sonho sempre. Quem traz na pele essa marca, possui a estranha mania de ter fé na vida” (Milton Nascimento)
2. Viva na LIBERDADE E NA INTENSIDADE - “Da vida não quero muito. Quero apenas saber que tentei tudo o que quis, tive tudo o que pude, amei o que valia a pena e perdi apenas o que nunca foi meu” (Pablo Neruda)
3. Confie que o MELHOR NA VIDA ESTÁ POR VIR - “Nunca escreverei uma palavra para lamentar a vida. O presente é incomparavelmente melhor do que o passado, assim como também o é o futuro em relação ao presente” (Cora Coralina)
4. Viva cada dia com PAIXÃO E VERDADE - “Fiz o que quis e fiz com paixão. Se a paixão estava errada, paciência. Não tenho frustrações, porque vivi como em um espetáculo. Não fiquei vendo a vida passar, sempre acompanhei o desfile” (Mário Lago)
5. Que você tenha uma CONFIANÇA QUE SONHA E SEJA CORAJOSA - “Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar você pode começar. A coragem contém em si mesma o poder, o gênio e a magia” (Johann Goethe)
“Não coma a vida com garfo e faca, lambuze-se!”
(Machado de Assis)
PARABÉNS e MUITOS e BONS ANOS de FELIZ VIDA (CANISIO MAYER)

PÁSCOA 2024 - PUCPR "Fazei novas todas as coisas". Fui convidada para comentar a composição AVE MARIA de Vladimir Vavilov antes da...